* Yngrid Lopes
Até bem pouco tempo, um diálogo colaborativo entre governo e iniciativa privada quando o assunto é inovação e desenvolvimento da economia brasileira era tido como algo distante entre essas duas esferas do estado de direito. Apostar em algo novo causa medo e insegurança em qualquer um, principalmente em um ambiente de extrema incerteza como o cenário de startups. E durante o Conecta Startups, realizado no último dia 31 de julho, o governo mineiro, em uma atitude de vanguarda, mostrou o quanto acredita no potencial de novos negócios com o lançamento do SEED (Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development), é um programa estadual de apoio ao ecossistema de startups.
A iniciativa, encabeçada pelo Escritório de Prioridades Estratégicas do Governo de Minas Gerais, representa um avanço expressivo na história do empreendedorismo tecnológico no país. Pois, não é só o financiamento destinado as empresas em sua fase embrionária que fará a diferença. Quem já atua no mercado de startups há algum tempo, sabe com toda a certeza que não é o dinheiro que faz um negócio dar certo. Este é apenas um dos recursos que contribuem para o sucesso do empreendedor. Pois bem, os agentes do ecossistema mineiro incluindo o governo já perceberam isso e, acompanhado do capital, haverá intensa profissionalização dos jovens empresários.
Assim como no Vale do Silício, onde educadores e investidores se aproximam cada vez mas dos jovens inovadores, contribuindo para a sua capacitação e lapidação, em Minas Gerais o mesmo modelo é seguido, com a comunidade San Pedro Valley, que conta com o auxílio do governo para promover a proximidade do ecossistema com importantes pólos mundiais de inovação, como o Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Entretanto, a pergunta que não quer calar na cena de startups mineira é: de que maneira promover a consolidação do ecossistema de negócios digitais na região? O assunto virou a sensação do momento, e promoveu debates um tanto quanto acalorados durante o evento. A pergunta traduz o nível de ansiedade e euforia que tomou conta dos empreendedores. Com as ações de fomento o ecossistema anseia por mudanças rápidas, como um amadurecimento extraordinário da cultura inovadora, da noite para o dia.
Antes do questionamento, é preciso enxergar os avanços e resultados já alcançados no cenário brasileiro. Já temos cidades que são destaque na formação de uma cultura inovadora fortalecida com incubadoras, aceleradoras, investidores, além de eventos e associações com treinamentos, incluindo o engajamento de universidades. Portanto, estamos em pleno processo de elucidação para uma amadurecimento pleno. Em pouco tempo estaremos despontando no cenário global como um dos líderes em inovação tecnológica.
*Yngrid Lopes é sócia e diretora de conteúdo da LaPresse Comunicação